CCZ orienta população sobre escorpiões
A origem dos escorpiões remonta a mais de 400 milhões de
anos. A notória capacidade
evolutiva e adaptativa permitiu que
esses animais resistissem a todos os grandes
cataclismos. Para sobreviver por
milênios, os escorpiões se adaptaram aos mais variados
tipos de habitat, dos desertos às
florestas tropicais e do nível do mar a altitudes de até
4.400 metros. Entretanto, a maioria das espécies tem
preferência por climas tropicais e
subtropicais.
O hábito noturno é registrado para a maioria das espécies.
São mais ativos durante os
meses mais quentes do ano (em
particular no período das chuvas). Devido às alterações
climáticas do globo, em algumas
regiões, estes animais têm se apresentado ativos durante
o ano todo.
Este animal já há alguns anos se coloca como nova praga
urbana brasileira e se prolifera
em áreas rurais, peri-urbanas e em bairros centrais da cidade, tanto com
perfil de baixo
investimento em saneamento, como
também ocorrem infestações e proliferações em
condomínios e instalações de alto
padrão, inclusive os verticais.
No estado de São Paulo as regiões urbanas com acúmulo de lixo
lideram o índice de
acidentes com escorpiões. De acordo
com estudo do Laboratório de Artrópodes do
Instituto Butantan,
mais de 10 mil ocorrências de picadas pelo animal foram registradas
nos últimos dois anos em zonas
urbanas.
Os principais causadores dos acidentes são os escorpiões
amarelo e marrom,
caracterizados pela fácil adaptação
a ambientes sem saneamento básico e com acúmulo
de lixo.
Em Rio Claro outra espécie encontrada é o Bothriurus sp. Com tamanho de no máximo 3,6 cm,
ele normalmente é confundido com filhotes de outros escorpiões e não representa grande perigo
ao homem. Este animal
é encontrado em tapetes de grama, ralos, entulhos e madeiras.
O desmatamento e o crescimento desordenado das áreas urbanas
favorecem os
acidentes, uma vez que os animais
ficam desabrigados e acabam buscando alimentos
dentro das residências.
O lixo jogado em ruas, terrenos e bueiros é o principal
fator na cidade para o
aparecimento de escorpiões, já que
gera moscas, baratas e outros insetos que são os
principais alimentos dos
escorpiões.
O que fazer para controlar a ocorrência de escorpiões?
Na área externa do domicílio:
• Manter limpos quintais e jardins, não acumular folhas
secas e lixo domiciliar;
• Acondicionar lixo domiciliar em sacos plásticos ou outros
recipientes apropriados e
fechados, e entregá-los para o
serviço de coleta. Não jogar lixo em terrenos baldios;
• Limpar terrenos baldios situados a cerca de dois metros
(aceiro) das redondezas dos
imóveis;
• Eliminar fontes de alimento para os escorpiões: baratas,
aranhas, grilos e outros
pequenos animais invertebrados;
• Evitar a formação de ambientes favoráveis ao abrigo de
escorpiões, como obras
de construção civil e
terraplenagens que possam deixar entulho, superfícies sem
revestimento, umidade etc;
• Remover periodicamente materiais de construção e lenha
armazenados, evitando o
acúmulo exagerado;
• Preservar os inimigos naturais dos escorpiões,
especialmente aves de hábitos noturnos
(corujas, joão-bobo, etc.), pequenos macacos, quati,
lagartos, sapos e gansos (galinhas
não são eficazes agentes
controladores de escorpiões);
• Evitar queimadas em terrenos baldios, pois desalojam os
escorpiões;
• Remover folhagens, arbustos e trepadeiras junto às paredes
externas e muros;
• Manter fossas sépticas bem vedadas, para evitar a passagem
de baratas e escorpiões;
• Rebocar paredes externas e muros para que não apresentem
vãos ou frestas.
Na área interna:
• Rebocar paredes para que não apresentem vãos ou frestas;
• Vedar soleiras de portas com rolos de areia ou rodos de
borracha;
• Reparar rodapés soltos e colocar telas nas janelas;
• Telar as aberturas dos ralos, pias ou tanques;
• Telar aberturas de ventilação de porões e manter assoalhos
calafetados;
• Manter todos os pontos de energia e telefone devidamente
vedados.
Observação: em áreas rurais, a preparação do solo para
plantio pode promover o
desalojamento de escorpiões de seu
habitat natural (barranco, cupinzeiros, troncos de
árvores abandonadas por longos
períodos).
Em caso de acidentes com escorpiões, o Instituto Butantan recomenda lavar o ferimento
com água e sabão e fazer compressas
mornas para alívio da dor até a chegada ao serviço
de saúde mais próximo.
Diferentemente do que pregam os mitos, torniquete, corte na
região da picada, sugar o veneno ou
ingerir qualquer tipo de garrafada não resolve o
problema.